Cachorros adultos compreendem a linguagem como bebês humanos.
Pesquisa húngara foi feita com animais criados entre nós.
Uma pesquisa húngara publicada online nesta quinta-feira (5) pela revista científica “Current Biology” afirma que os cachorros sabem quando estamos falando com eles. Quando vivem entre humanos, os animais, na fase adulta, têm uma leitura dos sinais semelhante à dos nossos bebês.
No estudo, os cientistas levaram em conta o olhar dos cães. Uma pessoa em um vídeo virava o corpo em direção a um objeto na tela. Se, antes disso, o ator tivesse chamado a atenção dos animais, eles acompanhavam esse movimento.
Foto mostra a metodologia usada pelos pesquisadores húngaros (Foto: Current Biology, Téglás et al.)
Os cachorros não têm habilidades linguísticas, e, portanto, não entendem o significado das palavras da mesma forma que nós. Mas os animais que vivem entre nós conseguem aprender alguns aspectos do comportamento humano e ligá-los às consequências.
“Por exemplo, dizer seu nome – comunicação verbal por parte do dono – tem um significado comunicativo especial para o cão: significa que ‘algo interessante vai acontecer’ ou ‘o dono vai dar uma ordem’, e por isso vale a pena prestar atenção”, afirmou ao G1 József Topál, da Academia Húngara de Ciências, líder da pesquisa.
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O processo não é natural e depende da convivência dos cães com os humanos.
Na pesquisa, foram usados animais de estimação ou que trabalham com humanos – em operações policiais ou orientação de cegos, por exemplo. “O processo de socialização afeta o desenvolvimento cognitivo e a emergência de diferentes habilidades cognitivas e sociais em cães”, indicou Topál.
Por isso mesmo, leva um tempo até que cada animal desenvolva essa capacidade. Segundo o pesquisador, ela não surge antes dos seis meses de vida do cão.
A capacidade desenvolvida pelo cão faz também com que ele tente se comunicar de volta com seus criadores. “Pesquisas recentes mostraram que cães produzem latidos distintos em diferentes estados motivacionais e humanos conseguem reconhecer alguns desses estados mais importantes refletindo, por exemplo, medo ou agressão em um latido sem nenhuma experiência visual. Então parece que ‘falar de volta conosco’ pode ser uma ferramenta útil para se comunicar com humanos”, completou o cientista.
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